Dubrovnik, Croacia
- Yan Soares
- Nov 22, 2024
- 3 min read
Updated: 2 days ago
Dubrovnik não foi só mais uma cidade que conheci. Foram duas semanas encantadoras e inesquecíveis, numa das regiões mais cênicas e especiais que já visitei. Eu fiquei fora da cidade, em Cavtat, e eu posso dizer com toda certeza: foi o melhor lugar para ficar. Cavtat tem um charme próprio — ruas tranquilas, casinhas à beira-mar, um clima que mistura romance, família e sossego. Nada de multidões sufocantes. Pude aproveitar o melhor da Croácia com calma, presença e muito carinho.
Antes da viagem, eu assisti Game of Thrones. E que bom que assisti! A série já é um espetáculo por si só, mas caminhar pelas ruas de Dubrovnik, que serviram como cenário principal de Porto Real (King’s Landing), fez tudo ganhar uma nova dimensão. É interessante poder notar cada detalhe — "aqui foi filmada a Caminhada da Vergonha", "ali é a Fortaleza Vermelha", "essa escada aparece no episódio X"… Traz a cidade à vida dum jeito super interessante.
Muito antes de virar palco de dragões e batalhas épicas, Dubrovnik era a poderosa República de Ragusa, uma cidade-estado independente com forte tradição naval e comercial. Durante os séculos XV e XVI, rivalizava com Veneza e manteve sua liberdade graças à diplomacia e ao comércio, inclusive pagando tributos ao Império Otomano para garantir sua autonomia. As muralhas medievais, que hoje atraem turistas do mundo todo, foram erguidas para proteger a cidade dos invasores, e estão tão bem preservadas.
Curiosidade: em 1979, Dubrovnik foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO, e mesmo após ter sido seriamente danificada na Guerra dos Balcãs nos anos 1990, foi cuidadosamente restaurada.
Fiz caiaque duas vezes e, honestamente, a água era tão transparente que parecia ter sido filtrada por magia. Fria, sim. Mas isso não nos impediu de aproveitar. Tentaram me ensinar a nadar no ano passado e continuo tentado aprender. Eu ainda não sei nadar — ainda — mas toda vez que estiver em algum lugar com piscina ou mar, vou continuar a tentativa (e a diversão).
A comida mediterrânea croata é excelente. Frutos-do-mar fresquíssimos, pratos simples e cheios de sabor, e vinhos locais que nos surpreenderam. Cada refeição era uma celebração: não só da culinária, mas dos momentos de risada, conversa e alegria que compartilhamos à mesa.
Tivemos a sorte de ver apresentações de dança folclórica croata, com trajes típicos bordados, saias rodadas, coletes e camisas brancas. Foi emocionante assistir aos locais dançarem com tanto orgulho da sua cultura. Uma das danças mais conhecidas da região se chama Linđo, originária de Dubrovnik, que mistura sapateado e movimentos coordenados ao som de instrumentos tradicionais como a lijerica (um tipo de violino rústico). As danças contam histórias de amor, colheita e vida cotidiana.
Recentemente, a Croácia passou a usar o euro como moeda oficial. Para muitos locais, isso trouxe aumento nos preços, especialmente em áreas turísticas como Dubrovnik. Foi fácil notar que os moradores estão preocupados com a inflação e o custo de vida, mesmo diante do crescimento do turismo.
Dubrovnik foi inesquecível. Mas mais do que as paisagens cinematográficas, mais do que a comida, o mar, ou os passeios. Com certeza voltarei. Para andar mais pelas muralhas, comer mais peixe fresco, remar mais quilômetros sobre águas cristalinas — e talvez, quem sabe, eu aprenda finalmente a nadar. Se você está buscando um lugar com história, cultura, romance e aquele toque de fantasia que só a Croácia pode oferecer, Dubrovnik (e Cavtat!) merecem um lugar na sua lista de desejos.
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